quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Catho é condenada por pegar currículo online



Estou pasmo com o que acabo de ler. Há pouco tempo atrás, postei - aqui - falando sobre a Catho, que é uma empresa de currículos online. Na época, Recebi um e-mail do assistente de marketing deles pedindo que eu postasse alguns de seus textos, sendo que o link acima foi o meu primeiro e único post sobre o site.

Cheguei a receber outros textos para postar aqui, bem interessantes por sinal, mas, por falta de tempo e com outros assuntos na frente, não os coloquei. E hoje, ao final da tarde, dando aquela navegada, olhem com o que me deparo:

Fonte: Info Online




SÃO PAULO - A empresa de recrutamento profissional Catho foi considerada culpada por pegar irregularmente currículos da base de dados de um de seus concorrentes, a empresa de RH Gelre, que deverá ser indenizada em R$ 13 milhões.

O caso teve início em 2002 quando a Gelre acusou a Catho de concorrência desleal por tomar para si informações cujo acesso seria restrito aos clientes da empresa de RH. Na ocasião, a Catho negou que tivesse cometido qualquer ilegalidade.
Leia também:

Ao analisar o caso, o juiz da 33ª Vara Cível de São Paulo Luís Mário Galbetti, considerou a Catho culpada por organizar um esquema para ter acesso às informações de seu competidor.

Na sentença, o juiz diz que uma perícia realizada nos PCs da empresa acusada encontrou e-mails em que funcionários da Catho eram incentivados a copiar dados do site rival e, por isso, receberiam até premiações.

Nos computadores da Catho foram encontrados arquivos com os nomes "rouba.phtml" e "rouba.php" e referências a ações “hacker” e “cracker” para obter os dados da rival, o que o juiz considerou como uma demonstração de que a empresa sabia que agia de forma errada.

“Os programas desenvolvidos pela Catho para se aproveitar de falhas de segurança dos concorrentes, possibilitavam o acesso de uma única vez a todo o banco de dados (da Gelre), o que nunca foi disponibilizado desta forma ou em uma única consulta”, anotou o juiz na sentença.

Procurada pelo Plantão INFO, a Catho disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não concorda com a sentença”, pois entende que a decisão judicial “não retrata fielmente os fatos ocorridos” e por conta disso, “buscará a sua reforma (da sentença) por meio de todos os recursos processuais previstos em lei”.

Num processo em separado, a Catho também é acusada pela empresa Curriculum de furtar seus dados. Este segundo caso ainda será analisado pela Justiça.

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E parece que não é a primeira vez que rola...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rafael Liporace, dono da Biruta Mídias Mirabolantes


Um exemplo de jovem empreendedor. Me dá gosto ficabr sabendo de histórias assim. Não deixem de conferir o que o jovem, Rafael Liporace, aprontou e anda aprontando.


Fonte: Vox News

Por Amanda Corrêa

"Como todo jovem estudante, Rafael Liporace curtia sua vida na faculdade e jogava futebol na praia com os amigos. Porém, passados 3 anos, e com apenas 24 anos de idade, é hoje um empresário “emergente” e professor universitário. O pontapé inicial em sua carreira foi dado aos 21 anos quando, ainda na faculdade (ESPM), foi chamado para ser gerente de marketing e novos negócios de uma empresa de tecnologia e apontado, na época de sua contratação, por um jornal de negócios, como uma promessa de executivo para a próxima década.

Até que um belo belo dia, resolveu deixar o lado executivo para ser tornar empresário no ramo da comunicação. Largou o emprego estável e junto com seus sócios criou a Biruta Mídias Mirabolantes, empresa de comunicação que realiza diversos projetos de grande porte, como a contagem regressiva oficial do reveillon de Copacabana, o Tela Mix. A empresa, que tinha um patrimônio acumulado devedor de 20 mil reais, chegou a um faturamento em termos de 2 milhões em menos de 2 anos de atividades.

Paralelo à vida empresarial, Rafael também atua no meio acadêmico. Após terminar seu MBA na Universidade Federal Fluminense (UFF), foi convidado para ser professor de uma cadeira em um curso tecnólogo na Universidade Gama Filho. No término deste primeiro semestre como professor, ele já dava aula nas graduações de comunicação e administração além de cursos de extensão e pós-graduação

Nesta entrevista, o empresário nos conta com mais detalhes a trajetória da empresa, seus diferenciais e um pouco do mundo acadêmico. Confira.

Vox News - Qual é a proposta de trabalho da Biruta?

A Biruta é uma empresa de mídia extensiva, trabalhamos as mídias não tradicionais. Nosso objetivo é criar e desenvolver ações de mídias diferenciadas, a fim de despertar a atenção do público.

Vox News - Como e quando surgiu a idéia de se criar uma empresa diferenciada?

Éramos um grupo de jovens que acreditávamos muito um no outro. A oportunidade surgiu quando conhecemos o Alan James em uma incubadora de empreendedorismo. Ele tinha uma empresa voltada para a propaganda aérea, chamada Biruta Propaganda e já fazia algo diferenciado nesse meio. Observamos que tínhamos que diversificar o negócio e ter um conceito forte no mercado. Surgiu então a Biruta Mídias Mirabolantes. Cinco jovens e um computador dentro de um banheiro da incubadora Iniciativa Jovem e muita vontade e idéias mirabolantes.

Vox News - Como vocês estão estruturados?

Dois anos se passaram e hoje contamos com 20 profissionais instalados em uma cobertura na Barra das Tijuca, e melhor, computadores para todos. A Biruta é dividida em três departamentos que ficam sob minha supervisão: Relacionamento (atendimento, mídia e planejamento), Inovação (criação e produção) e Administrativo. Além de conter uma unidade de negócio, o Tela Mix. Hoje são 5 profissionais exclusivos que preparam-se para realizar novamente o maior painel eletrônico da América Latina no Reveillon do Rio, responsável pela contagem regressiva oficial da cidade.

Vox News - Como foi a recepção dos anunciantes a novos tipos de mídia?

Super positiva. Todos sempre falaram que estávamos no caminho certo. Recebemos força dos maiores nomes do mercado, pessoas que sempre admiramos e que há dois anos atrás eram nossos ídolos. Hoje essas mesmas pessoas são clientes, amigos e admiradores do nosso trabalho. Essa é nossa maior satisfação.

Vox News - Qual é a mídia mais procurada?

Nossa maior demanda é pelo Portfólio Estratégico, onde desenvolvemos mídias customizadas, através de briefing passado pela agência, para atingir os objetivos e metas propostos pelo cliente. Ou seja, desenvolver mídia sob encomenda. Estamos orgulhosos de ter fixado o nosso conceito, hoje quando alguém quer alguma coisa diferente liga para a Biruta. Até quando o trabalho não é nosso o pessoal acha que foi a gente que fez.

Vox News - Como funciona a veiculação?

No caso do Portfólio Tático, onde temos um leque de opções de mídias alternativas, como bikedoor e aerodoor, possuímos valor de veiculação por hora ou diária e produção fixa. Já no Portfólio Estratégico analisamos caso a caso, mas o valor engloba criação, planejamento, produção e execução.

Vox News - Como são medidos os resultados de uma campanha?

Para as mídias do Portfólio Tático, em sua maioria mídias verão, temos uma pesquisa da Orla Rio que embasa o impacto da ação. Se tratando de mídia customizada fica mais complicado. Muitas das vezes temos como mensurar o público direto, e as mídias espontâneas, mas o indireto, aquele que sabe através de boca-a-boca, fica impossível. Uma coisa é certa, o impacto das nossas ações é sempre muito maior do que o anunciamos para nossos clientes.

Vox News - Dê um exemplo de uma campanha bem sucedida realizada pela Biruta.

Vou falar de uma fresquinha...Repetimos esse ano a ação Pit Stop Shell - um verdadeiro Pit Stop nos principais semáforos de São Paulo. Mecânicos Shell V-Power simulavam troca de pneus, abastecimento e limpeza nos vidros. O motorista ainda ganhava brindes distribuído por uma modelo. Essa ação foi realizada também no ano passado e devido ao sucesso esse ano ela foi quadriplicada.

Além de impactar diretamente 10 mil motoristas, indiretamente estimamos 200 mil. Conseguimos ainda uma enorme mídia espontânea, fomos capa do Jornal da Tarde (tiragem de 70 mil exemplares) e Matéria do Estadão ( tiragem de 233 mil exemplares) além de inúmeras coberturas de Tvs européias. Com esse projeto Pit Stop Shell conquistamos o maior prêmio de marketing promocional do mundo: o Globes Awards Internacional. Essa foi a constatação de um projeto vitorioso em todos os sentidos.

Vox News - Como você concilia a vida pessoal com a profissional e o meio acadêmico?

Isso nem eu sei direito(risos). Lecionar é muito interessante pois além de mostrar aos alunos a realidade do mercado, força você a se atualizar e buscar um aprendizado constante. O problema gritante é tempo, mas aí damos um jeito e vamos levando essa vida "bigama" que de fato é muito gostosa.

Vox News - Você acredita que as faculdades preparam seus alunos para a realidade das agências?

Em sua maioria não. A maioria na disciplina de mídia, por exemplo, ainda só fala de cpm, audiência, tv, jornal, revista e outdoor e não estão antenados para o futuro da propaganda. Faculdades como ESPM, FACHA, Gama Filho entre outras buscam cada vez mais profissionais ligados diretamente ao mercado levando assim mais vivência ao mundo acadêmico, ajudando o desenvolvimento do aluno como futuro profissional da comunicação e marketing.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Twitter pode receber aporte de investidores


Notícia quentíssima essa que saiu no jornal O estado de São Paulo.

Só falta mesmo o pessoal do Twitter pensar num modelo de negócios consistente e lucrativo, mas que não seja que nem o orkut, com aquele monte de propaganda chata.

Fonte: O Estado de S. Paulo

"São Francisco - O Twitter, serviço de microblogs, está próximo de receber um investimento de US$ 100 milhões, segundo o Wall Street Journal, que cita fontes próximas à negociação. O grupo de investidores deve incluir a T. Rowe Price Group e a Insight Venture Partners, que ainda não são acionistas do Twitter. Atuais investidores, como a Spark Capital e a Institutional Venture Partners, também devem participar. O Twitter preferiu não comentar a notícia.

Esses investidores estão avaliando o Twitter em cerca de US$ 1 bilhão. Segundo o jornal, o dinheiro permitirá à empresa de mensagens via internet conseguir mais tempo para encontrar um modelo de negócios. Apesar do crescimento explosivo, os fundadores do Twitter ainda não descobriram como fazer dinheiro com a empresa. O valor de US$ 1 bilhão é quatro vezes maior que a avaliação da empresa em sua última rodada de investimento, em fevereiro.

'Normalmente, você só vê esse tipo de movimento quando um fundo procura conseguir uma posição antes de uma abertura de capital', disse o analista Colin Gillis, da Brigantine Advisors."


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eike Batista quer participar do controle da Vale


Faz uma semana que o preço das ações da Vale não param de subir, e os da Petrobras, que costumam estar com os preço próximo, estão subindo, como diria o meu amigo Silvio Santos, em ritmo de festa, pra não dizer o contrário.

Não sei se o motivo são as informações privilegiadas que muitas pessoas no mercado tem, mas uma notícia que tem sido bastante veiculada é o interesse do empresário mais rico do Brasil, Eike Batista, estar interessado em participar do controle da Vale.

Se a alta tem haver com isso eu não sei, mas as perspectivas da Vale no longo prazo paracem muito boas.

Dá uma olhada na matéria que foi veiculada no Infomoney essa semana:


"Em Nova York, Eike Batista diz que compra fatia da Vale se tiver chance

Por: Equipe InfoMoney
22/09/09 - 12h08
InfoMoney
SÃO PAULO - Em jantar em homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York (EUA) na última segunda-feira (21), o empresário Eike Batista afirmou que pensa em adquirir uma parcela da mineradora Vale, caso tenha chance.

Sem admitir que esteja em negociações para a compra de participação na Vale, o empresário afirmou que o grupo tem muito capital e, se houver espaço no mercado, ele pode firmar acordos na área. "Nós estamos sempre analisando este tipo de coisa", comenta.

Nesta semana, a imprensa brasileira noticiou a intenção de compra por Eike das ações em mãos da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Segundo o jornal Valor Econômico, o atual presidente do grupo EBX já tem planos para a mineradora, caso venha a participar do controle da companhia.

Vale

Apesar de se recusar a dar mais depoimentos sobre o assunto, na mesma noite, Eike também comentou sobre o potencial de crescimento que a Vale pode trazer para o Brasil.

Ele falou que a infra-estrutura do país pode ser ampliada em ritmo rápido com a ajuda da Vale, maior companhia privada do país. Isso incluiria, segundo ele, a construção de siderúrgicas.

"O Brasil é o produtor de aço mais barato do mundo. É por isso que eu acho que [a Vale] pode fazer mais para construir usinas de aço e outra infraestrutura", afirmou a repórteres.

A empresa já anunciou investimentos no setor de infraestrutura do Brasil, com construção de siderúrgicas, hidrelétricas, portos e ferrovias.

Pré-sal

Eike não foi somente questionado em relação a seus planos de compra das ações da Vale. Outro tema levantado pelos jornalistas no jantar foi a participação da OGX, braço de petróleo e gás do grupo EBX comandado pelo empresário, no pré-sal.

"Foi a tecnologia da Petrobras que descobriu aquele petróleo e é a Petrobras que começará a explorar. O setor privado brasileiro pode ganhar acesso às reservas do subsal após algum tempo", explicou.

Para ele, pode levar ainda alguns anos até que as petrolíferas privadas brasileiras comecem a participar mais intensamente das explorações do pré-sal, como é o caso da OGX.

De acordo com o porta-voz da EBX, a empresa tem planos de investir até US$ 10,2 bilhões em áreas como mineração, petróleo, logística e aço até 2012. Na semana passada, a OGX iniciou as perfurações na bacia de Campos.

Atualmente, o braço petroleiro do grupo é a maior companhia privada do setor de petróleo e gás do país e possui um portfólio de 22 blocos exploratórios."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mauá: Empresário do império


Há pouco mais de um ano, postei - aqui - sobre o primeiro grande empreendedor que o Brasil já teve, Irineu Evangelista de Souza, ou, melhor dizendo, Visconde de Mauá. Comentei sobre o filme Mauá - O imperador e o Rei, interpretado pelo ator Paulo Betti e peguei um resumo do filme.

Entretanto, o que eu ainda não sabia é que o filme foi baseado num livro escrito pelo doutor em ciência política, Jorge Caldeira. Agora eu to muito intressado em ler o mesmo, pois o filme com certeza não retrata com fidelidade todos os dados históricos.

Pra quem quer saber mais sobre Irineu Evangelista, vai lá no Wikipedia clicando aqui.

E pra quem quiser me dar o livro de presente é só ir aqui.

Tá aí mais uma dica pra quem curte histórias de empreendedorismo.




Vale a pena investir a carreira numa empresa pequena?


Segundo Angela Souza, diretora de desenvolvimento humano e organizacional da Knowtec, sim.

Matéria interessante...

Fonte: Info Online

O que as pequenas empresas fazem para atrair talentos? Além de um clima mais íntimo e amistoso, a questão pode envolver boa remuneração e flexibilidade.

Angela Souza, diretora de desenvolvimento humano e organizacional da Knowtec, afirma que a principal arma das grandes companhias é o oferecimento de uma série de benefícios aos candidatos.

Para competir, é necessário investir em outras qualidades importantes para a facilidade do funcionário no emprego. “Com criatividade, as pequenas empresas captam talentos extraordinários de maneira eficaz, barata, rápida e participativa, estimulando o engajamento de toda a organização no processo”, afirma.

A executiva acredita que o primeiro passo é tirar proveito das vantagens que os pequenos negócios oferecem em relação às grandes organizações.

“Por causa de suas estruturas mais simples, as pequenas companhias têm menos níveis hierárquicos e regras mais flexíveis, as pessoas se conhecem, a comunicação flui, existem mais oportunidades para se expressar e participar nas decisões e, se são de fato talentosas, ganham visibilidade e prestígio, podendo crescer mais rápido do que em organizações maiores”, diz Angela ao detalhar as vantagens.

Além desses fatores, recompensas materiais pelo desempenho também estão em alta. Tudo como parte de programas de retenção de funcionários. Ela chega a citar o Google que, apresar de ser grande, aposta em táticas semelhantes de motivação para melhorar o humor de seus funcionários.

Se você estiver procurando emprego e for chamado por uma empresa pequena, procure saber quais são os benefícios, visite o lugar para conhecer o clima do ambiente e tire todas as suas dúvidas antes de embarcar no novo emprego.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Calor humano pode gerar energia elétrica


Wulg Glatz, um cientista da Suiça, inventou um equipamento que transforma calor em energia elétrica. Fantástico! Ele não perdeu tempo e já fundou a sua empresa, com a idéia de viabilizar o projeto economicamente o mais rápido possível.

Interessante, não?

Fonte: Info Online


SÃO PAULO – Uma invenção suíça é capaz de transformar calor em corrente elétrica.
Essa tecnologia seria capaz de captar o calor humano e convertê-lo em energia elétrica suficiente para, por exemplo, carregar a bateria de celulares.

O autor do projeto é um cientista de 35 anos, Wulf Glatz, da Escola Politécnica Federal de Zurique. Ele desenvolveu um gerador termoelétrico que, usando a diferença de temperatura entre fontes de calor e ambiente, é capaz de produz energia elétrica.

Essa forma de geração de energia ainda tem outra vantagem: é completamente limpa, já que, durante o processo, nenhum gás poluente é emitido.

A invenção foi a campeã em um concurso promovido pelas companhias elétricas da Suíça, o Swisselectric Research Award 2009 e Glatz, o inventor, embolsou 25 mil francos.

Se depender de Wulf Glatz, essa tecnologia não deve demorar para estar à disposição dos consumidores. Glatz já entrou com pedido de registro de patente e pretende, por meio da sua recém-fundada companhia greenTEG GmbH, colocar o produto nas prateleiras em dois anos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Conficker - Quando os bandidos vencem os mocinhos


Quem está antenado com a mídia e a internet deve ter ouvido falar no Conficker. Ou não?

Bom, o Conficker é um dos vírus mais engenhosos que já foi criado até hoje. Numa guerra entre mocinhos e bandidos, essa é uma das poucas vezes onde os bandidos saem ganhando. E de lavada. Não deixem de conferir a história do Conficker, contada desde o início neste post.

Estamos entrando numa era onde os vírus não servem só para causar estragos nos computadores alheios, mas sim parar gerar milhões de dólares com a prática do spam. Por que essa galera não usa a inteligência para o bem?

Não deixem de ler. A história é tão intrigante que chega a merecer um filme. E eu não duvido nada que já não tenham pensado nisso...

Fonte: Info Online

SÃO PAULO - Como o programa maligno dominou milhões de computadores no mundo inteiro.
Num bar de hotel em Arlington, na Virgínia, no dia 23 de outubro de 2008, um grupo de especialistas em segurança de computadores conversava. Eles haviam passado o dia ocupados com questões legais. O encontro era um evento anual que atrai os melhores da área. Mas, para os participantes, convém que seja num local discreto e não chame a atenção dos cibercriminosos. Naquela noite, enquanto tomavam seus drinks, surgiu o assunto de uma atualização de segurança que a Microsoft acabara de divulgar.

Fazer uma correção naquele momento era suspeito. Elas costumam ser publicadas mensalmente e esta vinha antes do tempo previsto. “Lembro que pensei em dar uma olhada nela”, recorda Paul Ferguson, analista da Trend Micro, empresa de segurança sediada em Cupertino, na Califórnia. Foi o que ele fez; assim como o restante da indústria de segurança de computadores. Durante meses esse assunto protagonizou conversas e pesquisas de profissionais do setor. A atualização da Microsoft revelou a existência do worm Conficker — um dos mais sofisticados programas malignos já vistos. Apesar da inédita união de esforços contra ele, o Conficker permitiu que seus criadores dominassem PCs domésticos, de universidades, de governos e das forças armadas de pelo menos três países, criando uma lucrativa rede de computadores zumbis. Apresentamos, a seguir, detalhes dessa briga de gato e rato.

A brecha de segurança

A linguagem técnica e concisa usada pela Microsoft ao descrever a atualização de outubro não indicava nada particularmente desagradável. Uma falha de segurança na porta pela qual o Windows envia e recebe sinais da rede poderia permitir acesso indevido. A correção fechava essa brecha. Se todos os usuários do Windows a tivessem instalado, o problema estaria solucionado. Porém nem sempre os usuários domésticos baixam atualizações e muitas empresas demoram semanas para instalá-las, oferecendo aos cibercriminosos a oportunidade de atacar.
Ninguém sabe qual computador foi a primeira vítima do Conficker. Provavelmente foi um PC que já estava sob o controle dos crackers. Depois de instalado, o código maligno começou, furtivamente, a buscar outros computadores vulneráveis na internet. A nova praga rapidamente foi detectada por um dispositivo de escuta, um “telescópio de rede” do Centro de Supercomputação de San Diego, na Califórnia. O telescópio é uma coleção de milhões de domínios falsos de internet que levam a um mesmo computador. Esse arranjo permite monitorar atividades ocultas na rede. Os internautas não têm por que acessar esses endereços, que costumam ser encontrados apenas por programas mal-intencionados.

Os registros mostraram o vírus se propagando em velocidade espantosa. Na manhã do dia 20 de novembro, três mil computadores infectados tentavam conectar-se às portas vulneráveis do telescópio a cada hora — quantidade pouco maior do que a gerada anteriormente por vírus mais antigos. No final da tarde, o número começou a aumentar. Na manhã seguinte, eram registradas 115 mil tentativas de acesso por hora. O Conficker já estava fora de controle.
Esses endereços precisavam ser bloqueados. “Se você impede o acesso, o perigo desaparece”, diz Rick Wesson, da Support Intelligence, empresa de segurança de São Francisco. Ele tem anos de experiência com organizações que fazem registro de domínios. Poucos dias após ter visto a lista de Porras, Wesson desenvolveu um sistema para remover as URLs comprometidas, usando seu próprio dinheiro para adquirir os domínios. Parecia uma grande vitória. Mas os crackers foram ligeiros no contraataque. No dia 29 de dezembro disseminaram uma versão atualizada do vírus que explorava a mesma brecha de segurança.

Baú de truques

Nesse mesmo dia, a praga foi detectada por potes de mel — computadores conectados à internet e deliberadamente desprotegidos para atrair software maligno para análise. Logo ficou claro que se tratava de um vírus sofisticado. Depois de se instalar, ele baixava sua própria correção de segurança para a porta vulnerável, impedindo que outros programas nocivos entrassem. O Conficker também apresentava uma forma habilidosa de se comunicar com seus criadores. Todos os dias, ele produzia 250 sequências de letras às quais acrescentava uma extensão de domínio como .com, .net ou .org para formar endereços da internet, ou URLs. Em seguida, o vírus se conectava a essas URLs. Os criadores do código sabiam quais seriam as URLs geradas a cada dia. Portanto, podiam registrar qualquer uma delas como site e deixar, no servidor, ordens para o programa maligno. Os caçadores de pragas virtuais só conseguiriam localizar o domínio ilícito quando a atualização fosse baixada. Seria tarde demais para impedir o ataque. Nos dias seguintes, os crackers prepararam uma lista de 250 sequências diferentes. A comunidade de segurança não teria como acompanhá-los. Ou melhor, não teve, até que Phil Porras buscasse uma solução. Ele e sua equipe da SRI Internacional, em Menlo Park, na Califórnia, começaram a decifrar o código do Conficker. O vírus estava escondido sob duas camadas de criptografia, que resistiram às ferramentas normalmente utilizadas por Porras. Uma semana antes do Natal, entretanto, sua equipe e outros analistas — incluindo profissionais da Karspersky, em Moscou, na Rússia — conseguiram mapear a estrutura do vírus e determinar as URLs que poderiam ser acessadas por ele.

Ataque pela USB

A nova praga dispunha de uma impressionante coleção de truques. Além de se propagar pela internet, espalhava-se por meio de drives USB conectados aos computadores infectados. Quando esses drives eram posteriormente acoplados a outras máquinas, o programa maligno se transferia para elas. O vírus também bloqueava o acesso a sites de segurança. Quando uma vítima tentava fazer o download da correção da Microsoft, recebia uma mensagem de “página não encontrada”. Outras inovações revelaram a sofisticação dos criadores do Conficker. Se a criptografia usada no código anterior era resistente, a da nova versão parecia à prova de balas. Era baseada em algoritmos que haviam sido divulgados apenas três meses antes por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

O novo vírus se disseminou velozmente. É impossível determinar precisamente seu alcance. Mas estima-se que, naquele momento, o número de PCs infectados já passava de três milhões. Essas máquinas incluem as utilizadas pelas forças armadas da Alemanha, da França e da Inglaterra, pelo parlamento britânico, por hospitais e universidades nos Estados Unidos. No dia 12 de fevereiro, a Microsoft ofereceu um prêmio de 250 mil dólares para quem identificasse os criadores do Conficker. Mas por que tanta preocupação? O vírus ainda não havia feito nenhum mal. O problema era o estrago que ele poderia causar. Os crackers poderiam usar a rede de zumbis para atacar roteadores que gerenciam o tráfego da internet ou prejudicar organizações cujos computadores foram infectados. “Essa capacidade pode ser usada para objetivos desastrosos”, alertou Ferguson. “Ela poderá destruir a infra-estrutura de metade do planeta”, ele ressaltou.

Na verdade, o pior estava por vir. No dia 15 de março, o Conficker apresentou um novo problema aos especialistas de segurança. Ele acessou uma URL chamada rmpezrx.org. Esse endereço fazia parte da lista produzida por Porras. Porém — nenhum dos envolvidos quis explicar por que —, não havia sido bloqueada. Um site era suficiente para os crackers agirem. Uma nova versão, com milhares de truques, estava lá esperando para ser instalada pelos computadores zumbis. Agora, a briga de gato e rato ficava evidente. Os autores do Conficker haviam entendido a estratégia de Porras e Wesson. A partir do dia 1º de abril, o código da nova praga seria liberado, procurando atualizações em 500 URLs selecionadas de uma lista de 50 mil que estavam codificadas nele. A variação dos sufixos poderia chegar a 116 e incluiria códigos de países, como .kz para Cazaquistão e .ie para Irlanda. Esses sufixos pertencem a autoridades nacionais e cada uma delas estabelece suas próprias regras de registro. Bloquear o conjunto de domínios anterior havia sido exaustivo. Mesmo que a nova versão do vírus fosse decodificada, seria praticamente impossível impedir o acesso a todos esses novos endereços.

Felizmente, Porras não demorou para extrair a crucial lista de URLs. Em seguida, Wesson e outros analistas entraram em contato com a Corporação de Internet para a Atribuição de Nomes e Números de Registro (Icann), órgão responsável pelo gerenciamento dos sufixos dos países. Wesson mal podia dormir. Devido às diferenças nas normas de cada nação, havia poucas chances de desativar todas as URLs antes de 1º de abril. Mas pelo menos os operadores já estavam cientes do problema. Enquanto isso, manchetes anunciavam o iminente colapso da internet. Porém, o dia 1º de abril passou sem desastres, o que, curiosamente, não foi surpresa. Afinal, essa era apenas a primeira data possível em que a estratégia do vírus mudaria. A alteração dependia da vontade dos criadores do Conficker. Para o público, a história parecia piada de dia da mentira. Essa hipótese, inclusive, não foi descartada. Os truques com as URLs provavelmente eram um engodo. Usar uma URL única para liberar a atualização de um vírus — mesmo no caso de uma praga tão cuidadosamente escondida como o Conficker — não é uma ideia sensata. Isso daria às autoridades uma espécie de alvo para contra-atacar. A partir da segunda versão, o Conficker optou por uma tática muito mais eficaz: comunicação peer-to-peer (P2P). O programa passaria a trocar informações com outras cópias de si mesmo.

Falso antivírus

Seis dias depois do 1º de abril os autores do Conficker liberaram uma nova versão nas redes P2P. Sem alvo determinado, os especialistas em segurança não tinham como interromper sua propagação. A tática das URLs parece ter sido uma isca para distraílos. “Eles disseram: ‘vocês terão de analisar 50 mil domínios’. Mas nunca tiveram a intenção de usá-los”, diz Joe Stewart, da SecureWorks, de Atlanta, Geórgia. A última versão do Conficker ainda tinha outras habilidades, como bloquear a ação de programas feitos para detectá-lo. Surgiam, então, os primeiros negócios ilícitos baseados no vírus. Eles empregavam o programa de spam Waledac e o falso antivírus Spyware Protect 2009. É provável que esses programas não tenham sido desenvolvidos pelos criadores do Conficker. Seguros da força da rede de computadores escravos que haviam organizado, os autores da praga começaram a cobrar pelo acesso de outros criminosos. Esse esquema pode ser muito lucrativo. É necessário que apenas uma pequena quantidade de pessoas clique nos spams para gerar receita. O Storm, outro programa emissor de spam, faturava milhões de dólares anualmente. O mesmo podia acontecer com o falso antivírus. Quando as contas de uma empresa russa por trás de um esquema criminoso de antivírus foram descobertas no ano passado, soube-se que um dos criminosos havia lucrado 145 mil dólares em dez dias.

Os criminosos venceram

Desde o começo de abril, o Conficker está inquietantemente pacífico. Em certo sentido, isso mostra que os criminosos venceram. A rede zumbi foi montada e está sendo usada para seu propósito original: ganhar dinheiro. Por causa dos seus recursos de comunicação P2P, o vírus pode ser atualizado a qualquer momento. Essa situação não é inédita. Existem outras redes de computadores zumbis. A comunidade de segurança continuará buscando formas de derrotá-las. Mas, enquanto a praga estiver nas máquinas, não há correções eficazes.

Essa é uma conclusão frustrante, embora os especialistas afirmem que o Conficker teve consequências positivas. Conforme o medo de um ataque cresceu, acadêmicos, profissionais da indústria e responsáveis por registros de domínios se uniram numa colaboração inédita para derrotar o vírus. Compartilhando informações, eles conseguiram alertar usuários e desenvolver sistemas de varredura que detectassem o código malicioso — pelo menos até que a próxima versão seja liberada — e freassem sua disseminação. Após essa experiência, todos concordam, é muito mais provável que essas colaborações se repitam. Segundo Wesson, isso faz com que os esforços tenham valido a pena — apesar do alto custo. Ele, por exemplo, investiu 30 mil dólares das suas economias para proteger as URLs identificadas por Porras e não sabe se verá esse dinheiro de volta. Mesmo assim, Wesson diz que faria tudo novamente: “Aprendemos muito. Será que eu gastaria 30 mil dólares para livrar o mundo de uma praga virtual? Com certeza”.

Smartphone é o próximo alvo

Neste ano, usuários de smartphones da China receberam mensagens de texto que prometiam uma imagem sexy se clicassem num link. O link iniciava o download de um gerador de spam. Instalado, o programa enviava mensagens aos contatos do usuário. Foi o primeiro vírus disseminado por meio de mensagens de texto. Ele não é mais que um incômodo.
Ainda que as pragas de celulares tenham potencial para causar danos, até agora não apareceu nenhum vírus desse tipo tão ameaçador quanto o Conficker. Há duas razões para isso, de acordo com Albert- László Varabais, da Universidade Northeast, em Boston, nos Estados Unidos. Ele diz que o Bluetooth é ineficaz para transmitir vírus porque só alcança usuários que estejam a até 30 metros um do outro.

Uma opção mais indicada seria disfarçar o vírus como imagem. Mesmo assim, ele só poderia infectar celulares com o mesmo sistema operacional. Como o mercado móvel é fragmentado, nenhuma praga teria alcance muito amplo. Contudo, produtos como o iPhone e smartphones baseados no sistema Android, do Google, estão ganhando participação de mercado. Caso essa porcentagem se torne relevante, os crackers vão mirar esses alvos.


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Alfred Winslow Jones seria o pai dos hedge funds?


Quem investe ou já tem alguma noção do mercado, já deve ter ouvido falar nos hedge funds (fundos hedge). Como é de costume, sempre que posso pego as histórias dos personagens que fizeram história no mercado, que o Altenhofen escreve e posto aqui.

Mais uma bem bacana...

Segue:

Persongens: Alfred Winslow Jones, o pai dos hedge funds; ou seria Keynes?

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
InfoMoney
SÃO PAULO - Desta vez, Personagens do Mercado vai atrás de um longo objeto de estudos dos agentes: a administração dos riscos. A partir desta premissa, a história aponta para o nome de Alfred Winslow Jones, tido como o pai dos hedge funds.

Com raízes na sociologia, pode-se dizer que Winslow caiu de paraquedas no mundo dos investimentos. Por outro lado, apenas suas origens o separam da rotina dos mercados. Por mais que seus passos não tivessem esta pretensão, acabaram por colocá-lo entre as figuras fundamentais para a atual estrutura dos mercados financeiros.

Vida, liberdade e propriedade

Nascido na Austrália, em 1900, foi morar nos Estados Unidos logo aos quatro anos. Com 23 anos, recebeu seu diploma de Harvard, com estudos na área de sociologia. Depois de trabalhar como tesoureiro de um navio mercante, passou a integrar o Serviço de Diplomacia dos Estados Unidos, se tornando vice-cônsul norte-americano em Berlin na época da ascensão de Hitler e da Grande Depressão dos Estados Unidos.

Em 1941, já de volta aos Estados Unidos, recebeu o doutorado em sociologia pela Universidade de Columbia. Sua tese, "Life, Liberty and Property" tratava das atitudes tomadas no ambiente de uma firma de Akron, no estado de Ohio. A revista Fortune se interessou, publicando diversos trechos do trabalho.

Com o passar do tempo, Winslow se juntou ao editorial da Fortune, tendo contato mais direto com a rotina dos mercados. Ao escrever o artigo "Fashions in Forecasting", pensou mais a fundo sobre análise técnica de ações, formulando suas primeiras ideias para o que viria a ser seu fundo.

Travas

Através da A.W. Jones and Co., sua companhia de investimentos, Winslow buscava encontrar uma maneira de eliminar os riscos de mercado com a utilização de operações travadas. A ideia inicial era comprar algumas ações alavancado e vender outras a descoberto.

Suas compras e vendas tinham de envolver o mesmo montante no total. Analisadas separadamente, as duas operações podem ser consideradas arriscadas e de caráter altamente especulativo. Combinadas, no entanto, resultariam em um portfólio conservador, pois mitigaria o risco de mercado.

Além de prevenir eventuais perdas, a estratégia, quando certeira em relação à tendência, permitia que o fundo de Winslow ganhasse nas duas pontas, seja pela valorização das ações compradas, porque já as detinha, seja pela queda dos papéis vendidos a descoberto, pois poderia adquiri-los por valor inferior.

Hedge fund, pela primeira vez

O fato é que a alta rentabilidade das operações de Wislow passou a chamar atenção. Ainda assim, o termo "hedge fund", propriamente dito, só iria aparecer 17 anos depois, em uma matéria da Fortune sobre o assunto. "Há razões para acreditar que o melhor gestor de investimentos dos dias atuais é um senhor quieto e quase nunca fotografado que se chama Alfred Winslow Jones".

O fato é que, em uma base de cinco anos, a A.W. Jones havia performado a rentabilidade média obtida pelos fundos mútuos em cerca de 44%. Os números e a chamada da Fortuna renderam popularidade à estratégia e pontuaram o surgimento da indústria de hedge funds. Quase três anos depois da publicação, eram contabilizados cerca de 140 hedge funds no mercado norte-americano.

A década de 1970, no entanto, freou o ímpeto dos hedge funds, principalmente por ser um período extremamente negativo para as commodities, por conta sobretudo do choque do petróleo. Posteriormente, nomes como o Quantum Fund de George Soros e o LTCM - Long Term Capital Management -, dos Nobeis Myron Scholes e Robert Merton foram popularizados.

Winslow ou Keynes?

Mesmo não aparecendo nos manuais como o pioneiro do que hoje é considerada a bilionária indústria dos hedge funds, o pai da teoria macroeconômica John Maynard Keynes não pode ser desassociado desta história. Por trás de seu legado como economista, Keynes se revelava um investidor de ótimos resultados.

Uma matéria de 2007 do The New York Times trata Keynes como "day trader", relacionando suas atividades ao surgimento do que depois viria a ser chamado de hedge. De um período entre 1928 e 1945, Keynes obteve um rendimento médio de 13,2% em suas aplicações, contra um período de relativa estabilidade da bolsa britânica (+0,5%).

O segredo estava em estratégias combinadas. Além das posições em ações, Keynes mantinha posições correlacionadas em títulos públicos, moedas e commodities, sempre utilizando sua percepção superior a respeito dos fenômenos macroeconômicos. Recorrendo aos princípios de risco específico (diversificável ou idiossincrático) e risco sistêmico (não-diversificável ou de mercado), a ideia básica era que todos os investimentos estavam sujeitos a mudanças no ambiente econômico.

Proteção

O livro "Hedge fund investment management", de Izzy Nelken, cita que, em 1930, Keynes explicou que "mesmo se a oferta e a demanda estão equilibradas, os preços à vista devem exceder os preços futuros pelo tanto que os produtores [de commodities] estão dispostos a sacrificar para se protegerem, a fim de evitar o risco de flutuações de preços durante seu período produtivo".

Em resumo, na tentativa de atrair os especuladores a assumir o risco destas flutuações, os produtores tenderiam a vender sua produção para entrega futura com um desconto em relação à expectativa para os preços à vista no futuro, explica a obra de Nelken.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Brasil se recuperando - Uma luz no fim do túnel?


A matéria abaixo, retirada do site da Info Exame, afirma que o Brasil sai da recessão devido termos tido um crescimento de 1,9% no PIB. Se sair da recessão é apresentar um resultado acima de zero, então realmente saímos da recessão. Entretanto, fazendo uma análise mais profunda, e ouvindo a opinião de diversos analistas, seria cedo fazer esta afirmação. Tecnicamente nós saímos, mas a economia ainda não está totalmente recuperada do caos que estamos vivendo. Os EUA ainda exerce forte influência sobre a economia mundial e a sua dívida interna está na casa dos trilhões.

De fato viemos reagindo bem à crise, principalmente devido a ação do governo, que vem atuando bem nos últimos tempos, mas não ouso dizer que estamos seguros.

Temos vivido momentos de euforia, principalmente na bolsa. Quem investiu em determinados papéis teve a oportunidade de dobrar seu investimento em pouco tempo. Sabem o quanto isso é difícil de acontecer? Sou um mero, inexperiente e pequeno investidor perto desse mar de tubarões, mas nunca ví nada parecido com o que tem acontecido. É de dar medo mesmo.

Segue a matéria da Exame:

"A economia brasileira cresceu 1,9 por cento no segundo trimestre frente ao início deste ano, confirmando que saiu da recessão técnica.

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam expansão de 1,6 por cento na comparação trimestral, segundo a mediana de 20 estimativas que variaram de 0,7 a 2,2 por cento. Na comparação com 2008, a mediana das projeções apontava queda de 1,5 por cento.

No primeiro semestre do ano, a economia brasileira encolheu 1,5 por cento. Já no acumulado em 12 meses, o PIB teve expansão de 1,3 por cento em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Levando em conta os dados do segundo trimestre deste ano frente ao primeiro, o maior destaque foi a indústria --com crescimento de 2,1 por cento. Serviços avançaram 1,2 por cento, enquanto a agropecuária recuou 0,1 por cento.

A formação bruta de capital fixo, uma medida dos investimentos, permaneceu estável nessa comparação. O consumo das famílias aumentou 2,1 por cento e o do governo teve variação negativa de 0,1 por cento.

Frente ao mesmo trimestre do ano passado, a indústria despencou 7,9 por cento e a agropecuária caiu 4,2 por cento, enquanto serviços avançaram 2,4 por cento. A formação bruta de capital fixo desmoronou 17,0 por cento --pior desempenho da série histórica do IBGE, com início em 1996.
O IBGE informou também que a taxa de investimento no segundo trimestre ficou em 15,7 por cento do PIB e a de poupança, em 15,0 por cento do PIB. (Por Rodrigo Viga Gaier)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Investindo em Ações com Estratégia e Disciplina



Recebi um e-mail do colega Carlos A. H. Brum, que é autor do livro Investindo em Ações com Estratégia e Disciplina, e me interessei em saber qual o conteúdo do mesmo. Como sabem, gosto de compartilhar o que julgo ser interessante, então não pude deixar de fazer este post. Abaixo segue uma resenha do livro, que com certeza já está na lista para a compra.





Resenha

"Existem poucas pessoas diferenciadas que conseguem fazer com que fiquem fáceis complexas questões. Carlos A. H. Brum, sem qualquer dúvida, está entre elas. Viajar pelo mundo das finanças, em particular o mercado de capitais, com leveza, mas percorrendo todas as suas nuances requer grande habilidade.

Investindo em Ações com Estratégia e Disciplina só não pode ser classificado como um livro definitivo, pois a dinâmica do mercado acionário, em constante ebulição, está sempre apresentando novidades, quer nos seus aspectos operacionais, quer nos temas técnicos ou normativos. Contudo, para quem desejar ter um conhecimento suficiente para transitar com alguma segurança nesta seara das finanças, sua leitura é indispensável."

Carlos A. H. Brum

Carlos A. H. Brum é economista, Analista de Valores Mobiliários, sócio gerente da InvestAções Consultoria, conselheiro e ex-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC-SUL), ex-diretor da Bradesco S/A Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, articulista da Revista InvestMais, ex-membro da Comissão de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Companhias Abertas (COMEC-ABRASCA) no Rio de Janeiro, ex-professor da cadeira de Mercado de Capitais da Faculdade de Administração de Empresas São Judas Tadeu, de Porto Alegre-RS. Laureado com os prêmios nacionais ABAMEC e WHITE MARTINS, nas categorias de "Analista de Valores Mobiliários" e "Analista de Mercado de Capitais", respectivamente. Autor dos livros O Último Pregão e Aprenda a Investir em Ações e a Operar na Bolsa Via Internet.


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quando o marketing não é bem vindo


Já virei muitas noites jogando jogos online, principalmente o World of Warcraft, que é citado na matéria abaixo. Quem está acostumado com a rotina de jogatinas e gosta de navegar, já deve estar acostumado, ou de saco cheio, dos milhares de spams com propagandas de produtos e - NA GRANDE PARTE DAS VEZES - de pornografia.

Sempre achei que os donos dos servidores dos jogos online deveriam ter algumas pessoas, dentro do jogo, combatendo esse tipo de coisa, afinal de contas, os jogos bons são pagos. Infelizmente, não tive a chance de ver isso acontecendo. Entretanto, pra minha surpresa, me deparo com a notícia abaixo.


Enfim acordaram!!!


Por: John Gaudiosi

Os jogadores que competem contra rivais de todo o mundo em jogos online para múltiplos participantes contam com uma nova força de apoio: equipes de detetives dentro dos mundos virtuais.

Enquanto algumas empresas causam incômodo aos usuários de PC com a difusão de spam e vírus por email, uma nova espécie de companhia de spam vem operando no imenso mundo dos jogos online para múltiplos jogadores, como o World of Warcraft, da Activision Blizzard.

Os personagens de jogo controlados por jogadores que trabalham para empresas de spam se infiltram nesses mundos virtuais e bombardeiam os participantes com anúncios para a venda de produtos relacionados ao game, como espadas ou até personagens jogáveis.

Esse tipo de atividade é proibida por todas as produtoras de jogos e por isso a Sony Online Entertainment (SOE), que gerencia jogos como EverQuest, Star Wars Galaxies e Free Realms, decidiu que exercitará seu poder.

A Sony criou o Norathian Underground Gnome Investigation Team, ou NUGIT, uma referência ao mundo de fantasia de Norath, em Everquest.

A equipe de nove membros se concentra em fraudes praticadas no mundo do jogo, funcionando como um grupo de detetives que policia os mundos virtuais da SOE em busca de praticantes de spam, tentando revelar todas as suas operações.

"As pessoas se frustram muito diante do spam. É o equivalente a receber cartas comerciais indesejadas, e quando você encontra essa prática no jogo, é muito frustrante", disse John Smedley, presidente da Sony Online Entertainment.

Até o momento, a SOE já fechou 295 mil contas em seus jogos múltiplos, como resultado das patrulhas da NUGIT.

Brad Wilcox, diretor de assistência aos usuários na SOE e responsável pela NUGIT, afirma que essas empreitadas de fraude são muito organizadas.

Empresas contratam jogadores para se registrar e construir personagens, e acumular ouro e itens de jogo por meio de atividades comuns. Os jogadores que desejem melhores personagens ou armas mais poderosas podem comprar esses itens de intermediários, e assim economizam as horas de jogo necessárias a obtê-los.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O "eterno" Charles Down



Mais um personagem famoso dos mercados.


"Charles Dow, talvez o nome mais falado nos mercados há 125 anos"

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
InfoMoney

SÃO PAULO - Nosso próximo personagem não possuía formação em finanças ou economia, tampouco trabalhava diretamente com a compra ou venda de ativos. Ainda assim, seu nome é talvez o mais pronunciado até hoje nos mercados. E por todos os mercados, há mais de um século.

Charles Dow era jornalista. Possuía uma coluna no The Wall Street Journal no final do século XIX. Na verdade, Charles Dow fundou o Wall Street Journal, uma das mais respeitadas publicações sobre o mercado financeiro. Dow também fundou, em sociedade com Edward Jones, o grupo Dow Jones & Company. Ainda assim, sua criação mais importante não foi nenhuma destas duas.

Dow era um estudioso do mercado. Tentava entender os movimentos de ações e títulos em uma época de pouco desenvolvimento do mercado de capitais norte-americano. Sua teoria tratava basicamente deste assunto, os movimentos do mercado. Mas Dow encontrou muita dificuldade em dimensionar tendências, até porque estas não eram similares para todas as variáveis, ou ações, estudadas.

Pela Teoria de Dow, o jornalista fez os mercados olharem de forma unificada para seu movimento diário, com a criação da mais importante proxy do mercado acionário internacional, o índice Dow Jones. Em sua forma principal, o Dow Jones Industrial Average apareceu em 1896. Mas a história do índice vem de antes. Vem do Dow Jones Averages, de 1884.

Um índice

Inicialmente, Charles Dow buscou aglomerar as principais ações negociadas na bolsa norte-americana e estipular uma média ponderada delas como forma de avaliar o movimento do mercado como um todo. Sendo assim, a primeira forma do índice Dow Jones englobava 11 ativos, sendo 9 papéis de ferrovias e 2 industriais. Era a época do boom das railways nos Estados Unidos.

Mesmo em um período em que o setor industrial ainda tinha pouco peso sobre a economia norte-americana, Charles Dow vislumbrava sua importância para o futuro. Apesar dos 2 ativos no Dow Jones Averages, acreditava que monitorar as ações do setor industrial era de extrema importância, pelo potencial de industrialização que a América apresentava no final do século XIX.

A partir daí, o Dow Jones Industrial Average foi oficializado em 1896, somente com ativos de indústrias. Sua primeira listagem continha apenas 12 ações, bem menos que as 30 blue chips que lista atualmente. Destas doze, a única que sobrevive no índice até hoje é a ação da gigante General Electric, a companhia fundada por Thomas Edison.

Mais que um índice

A notoriedade de Charles Dow vem mais pelo índice, mas também pelo Wall Street Journal. Para os mercados, no entanto, a Teoria de Dow atravessou séculos. Dow nunca a publicou ou escreveu qualquer livro diretamente sobre o assunto. Seus relatos nas colunas do WSJ fomentaram uma série de estudiosos da Dow's Theory a ir a fundo às ideias do autor.

O mais impressionante é que, assim como seu índice, sua teoria sobrevive até hoje. Basicamente, mostra que 125 anos depois o mercado continua caminhando de forma semelhante. As principais proposições de Charles Dow norteiam conceitos de análise técnica, precificação de ativos e filosofia do investidor.

Axiomas

Um de seus axiomas principais minimiza a capacidade dos agentes manipularem uma tendência de mercado. Segundo a Teoria de Dow - que consta no livro "The Dow Theory", de Robert Rhea -, não dá para manipular a primeira tendência do mercado. Para ela, somente movimentos de intraday e tendências secundárias podem ser guiadas pelo comportamento especulativo dos agentes.

O comportamento do volume, as reversões de tendência e suas proposições sobre os movimentos primários, secundários e terciários do mercado serviram de fundamentação para o desenvolvimento da análise técnica e seus suportes e resistências. Para Dow, uma tendência de mercado continua válida até ser revertida.

Noticiário antigo

Outra proposição básica de Dow é que as médias descontam tudo. Em sua visão, os mercados refletem todas as informações disponíveis nos preços, questão que depois seria desenvolvida pela hipótese de mercados eficientes. Segundo a teoria de Dow, os preços representam a soma total de desejos, medos e expectativas de todos os participantes do mercado.

A velha máxima do "sobe no boato, cai no fato" tem raízes em sua teoria, para quem os mercados sempre olham para frente; ou seja, o que está no noticiário é passado.